Wednesday, September 04, 2019

Ecce Homo

Desbaratamos deuses, procurando
Um que nos satisfaça ou justifique.
Desbaratamos esperança, imaginando
Uma causa maior que nos explique.

Pensando nos secamos e perdemos
Esta força selvagem e secreta,
Esta semente agreste que trazemos
E gera heróis e homens e poetas.

Pois Deuses somos nós. Deuses do fogo
Malhando-nos a carne, até que em brasa
Nossos sexos furiosos se confundam,

Nossos corpos pensantes se entrelacem
E sangue, raiva, desespero ou asa,
Os filhos que tivermos forem nossos.

Ary dos Santos

Tuesday, August 20, 2019

Um poema

Um poema é apenas um soltar
das nossas emoções e situações caricatas,
acumuladas num estado homogéneo
de sentimentos recônditos
que pretendemos sempre não soltar.
Esse acumular de situações
que desaparecem quando transcritas para o papel...!

Monday, July 30, 2018

Alma gémea

"Uma alma gémea é como um melhor amigo, mas mais que isso. É a pessoa que te conhece melhor que qualquer outra. Que faz de você alguém melhor. Na verdade, é você mesma que se torna uma pessoa melhor, porque ela é uma inspiração. A alma gémea é alguém que você carrega consigo sempre. É a única pessoa que conhecia e aceitou você e que acreditou em você antes dos outros ou quando os outros não acreditavam. E aconteça o que acontecer, você sempre vai amá-la. Nada pode mudar isso."

Wednesday, November 04, 2015

Quantos anos tenho?

QUANTOS ANOS TENHO?

Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.
Tenho os anos em que os sonhos começam a acariciar com os dedos e as ilusões se convertem em esperança.

Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama intensa, ansiosa por consumir-se no fogo de uma paixão desejada.
E outras vezes é uma ressaca de paz, como o entardecer em uma praia.

Quantos anos tenho?

Não preciso de um número para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho ao ver minhas ilusões despedaçadas…
Valem muito mais que isso

O que importa se faço vinte, quarenta ou sessenta?!
O que importa é a idade que sinto.
Tenho os anos que necessito para viver livre e sem medos.
Para seguir sem temor pela trilha, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.

Quantos anos tenho? Isso a quem importa?
Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e o que sinto.

José Saramago

Sunday, November 23, 2014

O paradoxo


O Paradoxo

O paradoxo do nosso tempo é que temos edifícios muito altos e temperamentos muito reduzidos, estradas mais largas e pontos de vista mais estreitos.
Gastamos mais, mas temos menos, compramos mais, mas desfrutamos menos.
Temos casas maiores e famílias mais pequenas, mais conforto e menos tempo.
Temos mais graduações académicas, mas menos sentimentos comuns, maior nível de conhecimento, mas menor capacidade de julgamento, mas peritos, mas mais problemas.
Melhor medicina, mas menor bem-estar. Bebe-se demasiado, fuma-se demasiado, desperdiça-se demasiado, rimos muito pouco, movemo-nos muito rápido, irritamo-nos demasiado, mantemo-nos muito tempo acordados, amanhecemos cansados, lemos muito pouco, vemos televisão demais e oramos raramente.
Multiplicamos o nosso património, mas reduzimos os nossos valores. Falamos demasiado, amamos demasiado pouco e odiamos muito frequentemente.
Aprendemos a ganhar a vida, mas não a vivê-la. Adicionamos anos às nossas vidas, não vida aos nossos anos.
Conseguimos ir á Lua e voltar, mas temos dificuldade em atravessar a rua para conhecer um novo vizinho.
Conquistamos espaço exterior, mas não o interior. Temos feito grandes coisas mas nem sempre as melhores.
Limpamos o ar, mas contaminamos a nossa alma. Conquistamos o átomo, mas não os nossos preconceitos. Escrevemos mais, mas aprendemos menos. Planeamos mais, mas desfrutamos menos. Aprendemos a apressar-nos, mas não a esperar.
Produzimos computadores que podem processar maior informação e difundi-la, mas comunicamo-nos cada vez menos. Estamos no tempo das comidas rápidas e digestões lentas, de homens de grande estatura e de pequeno carácter, de elevados ganhos económicos e relações humanas superficiais.
Hoje em dia, há dois ordenados, mas mais divórcios, casas mais luxuosas, mas mais lares desfeitos.
São tempos de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moral descartável, encontros de uma noite, corpos obesos e pílulas que fazem tudo, desde alegrar a acalmar, até matar.
São tempos em que há muita montra e muito pouco no armazém.
Tempos em que a tecnologia pode fazer-te chegar esta carta e em que tu podes optar por partilhar estas reflexões ou simplesmente exclui-las.
Lembra-te de passar algum tempo com os teus entes queridos, porque eles não estarão aqui para sempre.
Lembra-te de ser amável com quem agora te admira, porque essa pessoa crescerá muito rapidamente e afastar-se-á de ti. Lembra-te de abraçar quem está perto de ti, porque esse é o único tesouro que podes dar com o coração sem que te custe um cêntimo.
Lembra-te de dizer “amo-te” aos teus entes queridos mas, sobretudo, di-lo com sinceridade.
Um beijo e um abraço podem curar uma ferida, quando se dão com toda a alma. Dedica tempo para amar e conversar, e partilha as tuas ideias mais apreciadas.
E nunca esqueças:
A vida não se me de pelo numero de vezes que respiramos, mas pelos extraordinários momentos que passamos juntos.
George Carlin
(12 Maio 1937 - 22 Junho 2008)

Quem não se deu

Como dizia o poeta 
Quem já passou por essa vida e não viveu 
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu 
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu 
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não 
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão 
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir 
Eu francamente já não quero nem saber 
De quem não vai porque tem medo de sofrer 
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão 
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não

Friday, January 13, 2012

Yoga - A Verdade do Eu


"A verdade é uma, os sábios chamam-na de diversos nomes". Esta é uma afirmação proveniente dos Vedas, as mais antigas escrituras da humanidade. Os Vedas, inicialmente passados de geração em geração de forma oral, têm a sua origem na Índia, hoje em dia, tão procurada pelos amantes do Yoga e da espiritualidade em geral. Em relação à frase, propriamente dita, ela tem sido a base para muitas interpretações e especulações. Mas o que é a verdade segundo a tradição védica e como esse entendimento pode influenciar a minha vida?Desde tempos imemoriais que existe uma interrogação que ocupa a mente do ser humano: "Quem sou eu?". Por isso, cada um de nós procura, à sua maneira, uma resposta clara a essa pergunta que satisfaça a necessidade fundamental de termos uma clareza quanto à nossa identidade enquanto seres num vasto universo, com deveres e responsabilidades próprias, papeis, metas e sonhos por atingir. Precisamos de um ponto de partida seguro para nos aventurarmos nos mares da vida sem medo e com muita esperança.
Ser humano completo
Assim, da mesma forma em que chegou o dia que a humanidade se interrogou sobre a sua natureza,também nós, na nossa intimidade, em dada altura, nos questionamos e desejamos uma resposta direta. Ao longo de milhares de anos foram surgindo respostas. É assim o processo de amadurecimento, de crescimento, natural e necessário. Os Vedas têm a sua resposta , que é, precisamente, a descoberta da identidade básica do ser humano, do "Eu", como sendo completo, pleno e imortal (que está além do corpo e da mente - sujeitos ao nascimento, mudança, transformação e morte -o tema central de todo este legado, deste corpo de conhecimento). A visão deste "Eu" dos Vedas é um conhecimento atual, interessante e prático. O ser humano que recebe este conhecimento de si mesmo como consciência e existência ilimitada desprende-se da noção equivocada de si como apenas um corpo ou uma personalidade, um conjunto de algumas virtudes e muitos defeitos. Liberta-se de imediato da constante sensação de insuficiência, de que falta alguma coisa para atingir a perfeição, já que, de acordo os Vedas, a essência do ser humano é não separada do Absoluto - que em si mesmo é perfeita, pura, imaculada.Do ponto de vista prático, esta compreensão melhora a relação do indivíduo consigo mesmo e com os outros seres, pois serve como um "amortecedor", como o dos automóveis, que ampara dos buracos na estrada. No nosso caso, prepara-nos para os embates vindos da dinâmica da vida, dos problemas e conflitos advindos das escolhas e das interpretações individuais das situações cotidianas. Ao me enxergar, em essência, como algo maior, num enquadramento não separado do todo, sei que nada está fora de ordem e que tudo tem uma razão para acontecer. O propósito da existência passa a ser então o aprendizado interior, silencioso, o amadurecimento e crescimento espiritual. A vida de Yogi, de quem pratica Yoga, não é apenas vivida na sala de aula, nem só por aqueles que vão às aulas num centro ou numa escola. Grandes Yogis da humanidade nunca pisaram o espaço de uma escola desse tipo. Muitos deles até convivem conosco no dia-a-dia. São aqueles que, para além desse entendimento, estão disponíveis para os outros, que sentem as dores dos outros e, conjuntamente, vivem as suas alegrias. A vida é dar, dar, dar e continuar a dar: amor, rendição, apoio, carinho, ajuda, compreensão, e tudo o que de melhor habita em nosso coração.
Olhe ao redor
No seu dia de hoje, olhe para o lado e veja os seus colegas, amigos, familiares e desconhecidos como são: Yogis, tentando dar o melhor de si próprios, que lhe ajudam acrescer com as situações que provocam ou que se inserem. Você pode conviver com grande almas e não ter reparado. Você pode ser uma delas e nem se deu conta. Pode ser não... é!
Nas palavras de Carl-A. Keller: "Só depois de se ter esvaziado do seu "eu" é que o discípulo estará em condições de se deixar encher pela verdade".

Tuesday, May 03, 2011

A Procura do Génio



É triste pensar assim, mas não há dúvida que o Génio dura mais que a Beleza. É por isso que todos nós nos esforçamos tanto por nos cultivar. Na luta selvagem pela existência, queremos ter algo que dure e por isso enchemos as nossas mentes de entulho e factos, na esperança vã de mantermos o nosso estatuto. O homem perfeitamente bem informado, é esse o ideal moderno. E a mente do homem perfeitamente bem informado é uma coisa medonha. É como uma loja de bujigangas, só mamarrachos e pó, todas as coisas cotadas acima do seu valor.

Oscar Wilde, in "O Retrato de Dorian Gray"

Monday, May 02, 2011

A Alma


A alma, ao contrário do que tu supões, a alma é exterior: envolve e impregna o corpo como um fluido envolve a matéria. Em certos homens a alma chega a ser visível, a atmosfera que os rodeia tomar cor. Há seres cuja alma é uma contínua exalação: arrastam-na como um cometa ao oiro esparralhado da cauda - imensa, dorida, frenética. Há-os cuja alma é de uma sensibilidade extrema: sentem em si todo o universo. Daí também simpatias e antipatias súbitas quando duas almas se tocam, mesmo antes da matéria comunicar. O amor não é senão a impregnação desses fluidos, formando uma só alma, como o ódio é a repulsão dessa névoa sensível. Assim é que o homem faz parte da estrela e a estrela de Deus.

Friday, April 29, 2011

As Lágrimas e os Homens



Vede que misteriosamente puseram as lágrimas nos olhos a Natureza, a Justiça, a Razão, a Graça. A Natureza para remédio; a Justiça para castigo; a Razão para arrependimento; a Graça para triunfo. Como pelos olhos se contrai a mácula do pecado, pôs a Natureza nos olhos as lágrimas, para que com aquela água se lavassem as manchas: como pelos olhos se admite a culpa, pôs a Justiça nos olhos as lágrimas para que estivesse o suplício no mesmo lugar do delito: como pelos olhos se concebe a ofensa, pôs a Razão nos olhos as lágrimas, para que onde se fundiu a ingratidão, a desfizesse o arrependimento: e como pelos olhos entram os inimigos à alma, pôs a Graça nos olhos as lágrimas, para que pelas mesmas brechas onde entraram vencedores, os fizesse sair correndo. Entrou Jonas pela boca da baleia pecador; saía Jonas pela boca da baleia arrependido. Razão é logo e Justiça, e não só Graça, senão Natureza, que pois os olhos são a fonte universal de todos os pecados, sejam os rios de suas lágrimas a satisfação também universal de todos; e que paguem os olhos por todos chorando, já que pecaram em todos vendo: Quo fonte manavit nefas, Fluent perennes lacrimae.

Padre António Vieira, in "Sermões"

Saturday, April 23, 2011

A Amizade é Indispensável ao Nosso Ser



A amizade é a unica coisa cuja utilidade é unanimemente reconhecida. A própria virtude tem muitos detratores, que a acusam de ostentação e charlatanismo. Muitos desprezam as riquezas e, contentes de pouco, agradam-se da mediocridade. As honras, à procura da qual se matam tanto as pessoas, quantos outros as desdenham até olhá-las como o que há de mais fútil e de mais frívolo? E, assim, quanto ao mais! O que a uns parece admirável, ao juízo doutros nada é. Mas quanto à amizade, toda a gente está de acordo: os que se ocupam dos negócios públicos, os que se apaixonaram pelo estudo e pelas indagações sapientes, e os que, longe do bulício, limitam os seus cuidados aos seus interesses privados: todos enfim, aqueles mesmos que se entregaram todos inteiros aos prazeres, declaram que a vida nada é sem a amizade, por pouco que queiram reservar a sua para algum sentimento honorável.

Ela se insinua, com efeito, não sei como, no coração de todos os homens e não se admite que, sem ela, possa passar nenhuma condição da vida. Bem mais, se é um homem de natureza selvagem, muito feroz para odiar seus semelhantes e fugir do seu contacto, como fazia, diz-se, não sei mais que Timon de Atenas. É preciso ainda que este homem procure um confidente no seio do qual possa verter o seu veneno e o seu ódio. A necessidade da amizade será ainda mais evidente, se ele pudesse admitir que um Deus nos tirasse do seio da sociedade para nos colocar numa solidão profunda, onde, fornecendo-nos em abundância tudo o que a natureza nos pode propinar, nos subtraísse ao mesmo passo a esperança e os meios de ver jamais qualquer face humana.

Qual é a alma de ferro que suportaria uma tal existência e a quem a solidão não tornaria insípidos todos os gozos? Assim tenho por verdadeiras as palavras de Arquitas de Taranto, que entendi recordar a velhos que as ouviram eles próprios de seus pais: «se alguem subir ao céu, e de lá contemplar a beleza do universo e dos astros, todas essas maravilhas deixá-lo-ão indiferente, enquanto que o embasbacarão de surpresa se tiver de contá-las a alguém». Assim, a natureza do homem se recusa à solidão, e parece sempre procurar um apoio: e não o há mais doce que o coração de um terno amigo.

Marcus Cícero, in 'Diálogo sobre a Amizade'

Thursday, April 21, 2011

O Amor é um Prémio sem Mérito


O amor é, por definição, um prémio sem mérito. Se uma mulher me diz: eu amo-te porque tu és inteligente, porque és uma pessoa decente, porque me dás presentes, porque não andas atrás de outras mulheres, porque sabes cozinhar, então eu fico desapontado. É muito mehor ouvir: eu sou louca por ti embora nem sejas inteligente nem uma pessoa decente, embora sejas um mentiroso, um egoísta e um canalha.

Milan Kundera, in "A Lentidão"

Thursday, April 14, 2011

Pode a mente medíocre “realizar” Deus?


Pode a mente medíocre “realizar” Deus? Não é isso, Senhor? Podeis usar as palavras “realizar o seu preenchimento” — o que quer que elas signifiquem. Pode a mente ser libertada, pode a mente achar a Verdade, Deus? Senhor, tende a bondade de escutar. Pode a mente medíocre, pequena, perturbada, a mente mesquinha, dividida, vulgar, achar a Realidade? A Realidade é coisa totalmente desconhecida. É uma coisa que só pode existir momento por momento, e não uma coisa fixa num ponto, onde eu possa ir apanhá-la. Se ela está fixa num ponto para eu alcançá-la, ela é uma invenção da mente. Criamos Deus à nossa imagem, não é verdade? Todos os livros, todos os templos estão cheios dos produtos da nossa mão — a palavra, a imagem ou o símbolo, que a mente considera muito importante, porque tem medo de descobrir por si mesma Pode uma tal mentalidade descobrir a Verdade ou “realizar o seu preenchimento” o que quer que signifique “seu preenchimento”? Pode a mente pequenina, que só pensa em termos de “adquirir mais”, em termos de tempo — fazer algo amanhã, alcançar alguma coisa na próxima vida pode uma tal mente compreender o que é atemporal, aquilo que está além das exigências psicológicas temporais, oriundas do desejo? Não pode, evidentemente. Senhores, Deus não é uma coisa que se pode adquirir como se adquire um terno de roupa ou uma virtude. É algo incomparável, atemporal, inimaginável, inefável: não podeis ir a Ele. Ele deve vir a vós, e tão-somente quando o vosso espírito não mais está buscando. Porque estais buscando, agora, com o fito de adquirir, de ter conforto, com o fito de vos tornardes algo; porque só pensais em termos de tempo, de desenvolvimento, obtenção de resultados — não podeis nunca saber o que é a Realidade. Mente assim, é mente medíocre. Ela é capaz de inventar frases, de falar a respeito de Deus, a respeito da Verdade. Essa mente, porém, não pode ter a experiência da Realidade. Quando a mente já não compara, não adquire — só a essa mente que está tranqüila, pode a Realidade manifestar-se; e essa Realidade não é contínua, ela existe de momento a momento. O que foi, não é, e o que é não será. Senhores, isto não são meras palavras. Quando examinardes realmente o problema relativo a tudo o que acabo de dizer, descobrireis por vós mesmos o que é ser criador. Tereis, vós mesmos, a mente que já não compara, já não adquire, a mente que ingressou num “estado de ser” — e nesse ser a Realidade penetra. A Realidade não é sempre a mesma. Por conseguinte, a mente não pode escrever ou falar sobre a Realidade, descrever a Realidade. A Realidade não tem nenhuma atração. Não posso dizer que ela me atrai. Por conseguinte, é fútil e tolo falar a esse respeito. Só quando a mente já não está buscando, já não está exigindo, procurando, desejando tornar-se alguma coisa só então a mente está tranqüila; e esta tranqüilidade não é consciente; esta tranqüilidade varia de momento a momento. A mente que só conhece a continuidade não é tranqüila. Tudo isso exige muita paciência, percebimento e autoconhecimento Esse autoconhecimento não é o conhecimento de um certo “ego”, de que ouvistes falar nos livros e dentro do qual fostes condicionado e educado; mas do vosso “ego” de todos os dias, o “ego” que procura, busca, deseja, adquire, que está descontente, que corrompe, que é ávido em vão, e inventa a hierarquia com o um de firmar cada vez mais o seu poderio. Tal é a mente, que cumpre ser compreendida. E ela só pode ser compreendida momento por momento, quando andais, quando falais. Vereis, se observardes a linguagem com que falais ao vosso criado, quanto está condicionada a vossa mente, inutilizada pela tradição; esta mente nunca há de achar a Realidade. É necessária uma revolução total do nosso pensar, para que o atemporal possa acontecer

Monday, April 11, 2011

Conformismo e Liberdade

Viver sozinho requer grande inteligência; viver sozinho e ainda assim ser dócil é algo árduo. Viver sozinho, sem os muros das gratificações em que nos enclausuramos requer que sejamos extremamente alertas; pois uma vida solitária estimula a preguiça, hábitos que são confortadores e difíceis de romper. Uma vida a sós encoraja o isolamento, e apenas os sábios podem viver a sós sem causar mal a eles próprios ou aos outros. A sabedoria é solitária, mas um caminho solitário não leva necessariamente à sabedoria. O isolamento é morte, e a sabedoria não se atinge pelo fato de você se retirar. Não existe caminho para a sabedoria pois todos os caminhos são separadores, exclusivos. Pela sua própria natureza, os caminhos podem apenas conduzir ao isolamento, embora esses isolamentos sejam chamados de unidade, de totalidade, de uno, e assim por diante. Um caminho é um processo exclusivo; os meios são exclusivos e os fins são como os meios. Os meios não são separados do objetivo, daquilo “que deveria ser”. A sabedoria chega com a compreensão do relacionamento com o campo, com o passante, com o pensamento fugaz. Retirar-se, isolar-se de modo a poder descobrir, significa pôr um fim a descoberta. O relacionamento leva a uma solidão que não é de isolamento. É preciso que haja solidão, não da mente que se fecha em si mesma, mas da liberdade. O completo é o sozinho, e a incompletude busca o caminho do isolamento.

Thursday, March 24, 2011

As Aparências não enganam

Uma constatação interessante quando falamos de linguagem corporal é que, ao contrário do dito popular, as aparências não enganam. Se tivermos olhos sensíveis, poderemos observar que realmente somos o que aparentamos ser. Nosso corpo físico, em todos os seus aspectos, manifesta muito mais características da nossa história, emoções e pensamentos do que podemos imaginar.
O modo como nos movimentamos, nos deslocamos no espaço e como desempenhamos nossas tarefas rotineiras diz muito a respeito da nossa atitude mental e disposição na vida."O modo como nos movimentamos, nos deslocamos no espaço e como desempenhamos nossas tarefas rotineiras diz muito a respeito da nossa atitude mental e disposição na vida."
Nossa postura e formato corporal também trazem dados preciosos sobre a nossa história de vida, longínqua ou recente, como comportamentos repetidos, instaurados e cristalizados nos músculos, vísceras e pele. Endurecemos, enrijecemos, paralisamos pulsações, respiramos menos para abrandar as sensações desagradáveis e para sentir menos o que é insuportável em determinadas fases de nossas vidas. Às vezes, ou ao mesmo tempo, podemos "aumentar" algumas áreas do nosso corpo, nos fazer maiores, ou mais "moles" e permeáveis se isso trouxer alguma vantagem nos vínculos e relações em determinado momento.
Mudanças na vida, mudanças no corpo
É comum observarmos como alguém pode mudar seu corpo quando faz uma mudança na vida: se separa, casa, arranja um novo trabalho, está feliz ou insatisfeito. Numa relação onde um dos parceiros tem um carácter dominante e invasivo sobre a outra pessoa, este último para "sobreviver" no relacionamento e não ser abandonado pode construir um corpo pouco tonificado, permeável e que oferece quase nenhuma resistência a forças externas. Muitas vezes o medo de ser abandonado é muito maior do que o desejo de buscar relações verdadeiramente satisfatórias, e o corpo é moldado e construído de acordo com o que vivemos.
O que exactamente está armazenado e configurado nessas posturas pode vir à tona quando nos dispomos a entrar em contacto com elas, seja numa psicoterapia, ou em qualquer trabalho corporal. É fascinante descobrir que forma e comportamento são a mesma coisa. Mas independente disso, observar nosso corpo e os das pessoas ao nosso redor é um exercício muito interessante de autoconhecimento. Vale lembrar que esta observação não deve ser feita com um olhar estético, de julgamento, se estamos ou não dentro dos padrões da moda e das revistas, e sim de uma maneira curiosa a respeito do quanto podemos descobrir através dos desejos e medos não integrados em nossa consciência, que se manifestam em nossos corpos físicos. Ou seja, o corpo e sua forma denunciam nosso inconsciente, tudo o que não "sabemos" sobre nós ou não queremos entrar em contacto.
O que seu corpo está dizendo agora?
Algumas atitudes são mais óbvias, como mãos e pernas inquietas, que demonstram claramente ansiedade e agitação mental, ou ombros fechados e curvos, em alguém que provavelmente precisa se proteger por medo, timidez ou insegurança. Um pescoço excessivamente alongado e rígido, mostra a função de separar o peito (sentimentos) da cabeça (intelecto), para que um não interfira no outro. Além disso, a respiração pode dizer muito sobre nós. Percebemos melhor as emoções, sensações e desejos que aparecem quando respiramos mais profundamente, relaxamos o corpo e paramos para sentir e ouvir o que ele está nos dizendo hoje.
Tente ouvir e entender o que seu corpo diz. Entre em contacto com as dores, com os desconfortos. "Ouça-os" ao invés de apenas querer se livrar dos sintomas desagradáveis, tomando analgésicos ou relaxantes musculares. Perceba e mergulhe na sua ansiedade, ao invés de apenas tentar distracção em algo mais gratificante. Arrisque-se a entrar em contacto com os sinais do seu corpo. Com essas atitudes de amor e coragem consigo mesmo, como uma boa mãe que escuta o que seu filho tem a dizer, ao invés de mandá-lo ficar quieto e não incomodar, nossas vidas se abrem para um caminho cheio de liberdade, satisfação, saúde e respeito a si mesmo

Friday, January 21, 2011

“Mesmo que tenhas dez mil plantações, só podes comer uma tigela de arroz por dia ainda que a tua casa tenha mil quartos, nem de dois metros quadrados precisas para passar a noite.”
(Provérbio-Chinês)
Porque será que temos esta necessidade de ter mais? ...Cada vez mais? Mesmo que sejam coisas pequenas, não conseguimos parar de consumir. A cada dia surge uma nova paixão, um novo desejo, uma nova necessidade e não conseguimos travar este processo porque, por momentos, nos faz sentir bem. Por momentos… mas logo que essa necessidade é satisfeita, surge outra maior e mais difícil de satisfazer. Passamos uma vida inteira nisto… não vemos é que estas necessidades são ocas e que são reflexo do que se passa internamente connosco. A insatisfação vem da alma e não da mente – responsável por esta avidez.
Estás preenchido em termos emocionais?! Pois…

Saturday, August 22, 2009

Que tal Sentir em vez de Reagir?


Nas relações entre as pessoas existe muita dinâmica, seja de pensamentos, palavras ou ações. Geralmente acreditamos que praticamente tudo aquilo que é expresso por nós, é de fato nosso. Porém, várias vezes nos vemos falando, fazendo e até mesmo pensando coisas que normalmente não fariam parte de nosso repertório. Nesses momentos, com certa confusão mental, passamos a justificar esses instantes, associando-os com eventos que acabaram de ocorrer ("ele me deixou tão nervoso, que fiz isso").
Isso significa que, a partir daí, construímos uma série de comportamentos e julgamentos baseados neste instante atípico e passamos a expressar características diversas das nossas, nos tornando pessoas diferentes, caso situações como esta se tornem constantes.
Um exemplo disso seria quando estamos dentro de nossa "normalidade" e começamos a conversar ou trabalhar com alguém que está sentindo muita raiva. Esta pessoa está impaciente e, por isso, dá vários sinais de inquietação. É bem possível que acabe lhe ofendendo. Sem perceber, você, que se deixa atingir pela ofensa, mesmo que esta não tenha sido intencional, passa então a vibrar na mesma freqüência de raiva da outra pessoa. Rapidamente você vai perdendo a paciência, ficando agressivo e irônico. Você assume com tal naturalidade aquela postura, que o resto do seu dia fica prejudicado em função disso.
Quando então você se dá conta de seu estado, você passa a associá-lo a outros eventos da sua vida, como as dificuldades financeiras ou o chefe exigente e vai carregando estes factores com culpa (factos que antes de você assimilar a raiva alheia, não lhe passavam na cabeça). Em poucos dias, alimentando cada vez mais estes sentimentos e justificando-os em sua mente, você recria sua realidade. Torna suas contas ainda mais difíceis de pagar ou recebe mais "puxões de orelha" de seu chefe. Tudo então faz pleno sentido, pois se cria uma roda óbvia de ação e reação.
Você não se tocou em nenhum momento de que foi a convivência com uma pessoa que gerou o efeito disparador de toda uma reação em cadeia.

Como evitar reagir inconscientemente às situações e pessoas?
Consciência de quem se é - quando sabemos muito bem quem somos, fica mais fácil identificar sentimentos, pensamentos e ações atípicos;

Foco no presente - se estamos alertas, focados no momento presente, fica nítido quando nossa energia começa a se transformar. Neste instante, podemos identificar a fonte e combatê-la;
Prestar atenção ao próprio interior - estar atento aos fluxos de pensamentos e sentimentos, assim como à direção a qual estão nos levando, nos ajuda a simplesmente mudar a rota. Se os sentimentos são expressões de tristeza, egoísmo, inveja, raiva ou vingança, sabemos que irão influenciar negativamente nossos próximos movimentos.

Pare. Reflita. Resolva. Relaxe
Quando se perceber agindo de modo estranho, antes de começar a criar as justificativas pare, reflita, resolva e relaxe:
Pare - Não continue a discutir ou a fazer qualquer coisa no momento em que entender que está reagindo a alguma coisa, pois a tendência é ir complicando mais e mais a situação. Vide brigas entre casais;
Reflita - Retire-se para algum lugar tranquüilo, mesmo que seja o banheiro, e tente se lembrar como tudo começou. Quem disparou o gatilho? Será que alguém disse alguma coisa brincando que lhe incomodou profundamente e fez você ficar reagindo sem perceber?;
Resolva - Identificado o problema, resolva-o internamente. Ninguém tem culpa da sua reação. Mesmo que seja uma pessoa cheia de rancor ou raiva que fez algo para você, é o seu livre-arbítrio que decidiu se deixar influenciar ou não;
Relaxe - Resolvido, se acalme, volte ao seu estado anterior de paz e alegria, lembrando-se de todas as boas coisas das quais é agradecido. E vá em frente!

Sunday, August 16, 2009


Não Dramatize as situações!!!


Você conhece alguém que tem hábito de dramatizar as situações? Eu convivo com muitas pessoas assim e sempre me questiono se elas enxergam tudo de uma maneira real ou se distorcem a imagem do que as acontece.
Há uma relação entre o que sentimos e o que realmente ocorre. Pessoas diferentes percebem uma mesma situação de forma distinta. Um exemplo seria alguém que fica traumatizado por ter sofrido um acidente de carro e, com isso, resolve nunca mais dirigir. Uma outra pessoa que estava no carro no mesmo momento pode não guardar nenhum trauma pelo ocorrido.
Tudo o que vivenciamos no exterior está ligado ao que temos dentro de nós. Pense num casal em que o homem é super carinhoso e atencioso, enquanto a mulher é muito carente. Para ela, as carícias de seu parceiro nunca são suficientes. Isto acontece porque o ato de agradar alguém não depende unicamente de quem quer agradar e sim da percepção dentro de cada um de nós do que é ser agradado.
A maneira como colocamos peso e importância nas situações vividas faz com que elas realmente pareçam ter um tamanho maior."A maneira como colocamos peso e importância nas situações vividas faz com que elas realmente pareçam ter um tamanho maior." Isso acontece com tudo ao nosso redor, como o modo que encaramos os problemas e as pessoas que fazem parte de nossas vidas. Muitas vezes, acreditamos que determinados fatos são mais fortes que nós mesmos, sem ao menos tentar encará-los. Depois, reclamamos por não termos forças suficientes para resolver tais problemas. Mas isso tudo partiu de uma atitude unicamanete nossa - a capacidade de dramatizar a situação, de colocá-la com uma relevância muito maior do que ela realmente possui.
Você já passou por alguma situação em que o seu drama foi tão grande e tempos depois chegou a rir da maneira como você reagiu? Você está passando por isso neste exato momento, se desesperando, perdendo sono e até a sua maneira de comer mudou por causa de um problema?
Se estiver desse jeito, algumas dicas são:
1-Pare um pouquinho e saia desse rodamoinho enorme que está em volta de sua cabeça lhe atormentando.
2-Liberte-se dessa pressão, dessa vontade enorme de que tudo dê certo, de que você precisa dar certo e escolher a melhor opção possível para resolver isso.
3-Pare de pensar na imagem que os outros vão ter quando você resolver tal questão.
4-Você realmente acredita que você é capaz de ser feliz e manter pensamentos positivos e otimistas sobre o que lhe acontece? Se a resposta for positiva, reflita: você vê alguma oposição entre o que realmente se passa com você e o que nutre em sua cabeça? Se a resposta for negativa, pense: o que você acha que merece é o que você dá a si mesmo?
Encarar a vida com leveza, vendo e sentindo o que realmente se passa com você, sem drama, é uma tarefa difícil e demorada, que exige verdadeira coragem para adotar uma visão madura e decidida de ser feliz. Mesmo que haja problemas a serem resolvidos, quando estamos nos dando o nosso melhor, não perdemos o brilho nos olhos nem o sorriso no rosto. Mas isto é tarefa apenas para quem quer encarar a vida como ela realmente é. Você está preparado para isso?

Friday, August 07, 2009

AFINAL A NOSSA VIDA É JUSTA?

É muito comum, ao sofrermos um grande trauma ou passarmos por situações difíceis, buscarmos um entendimento acerca dos motivos que fizeram com que aquilo ocorresse. Tentando atribuir um sentido lógico aos acontecimentos, muitas vezes precisamos apontar um responsável, alguém em quem se possa depositar nossa dor, raiva, frustração e mágoa. Esse alguém pode ser uma pessoa de fora, o destino, Deus, ou nós mesmos... Afinal, por que será que acontecem coisas ruins com pessoas boas? Eis a velha questão que sempre aparece.
De fato, o ser humano não está preparado para a dor. Somos ensinados desde novos a buscar a felicidade, mas... e quando ela não vem, por algum motivo inexplicável, apesar de tanto esforço? Não nos diziam que era só fazermos a nossa parte e tudo daria certo? Será que só nos resta aquele gosto amargo da derrota e do fracasso?
A esta altura do texto, algum leitor já pode estar desanimado. "Não quero falar de dor, sai pra lá". Este texto também não tem esse objetivo, e sim o de fazer brotar em quem estiver lendo a semente da coragem. Passar por situações ruins não tem a ver necessariamente com merecimento, mas sim com aprendizado. Por isso, a vida nos convida a todo instante a renascer, através da aceitação dos nossos limites.
Fazer a nossa parte é oferecer nosso melhor, auxiliar o outro a também fazer a parte dele e esperar humildemente pelo desenrolar dos acontecimentos. Não é maravilhoso saber que podemos parar a cadeia do mal em nós mesmos, corrigindo nossos erros e evitando julgar os outros? Merecimento existe sim, mas não do modo como imaginamos. A vida não é uma equação matemática, exata e linear. Os erros fazem parte da trajetória e há vários caminhos para se chegar a um mesmo resultado, por isso, o esforço sempre a vale a pena, desde que tenhamos consciência dos nossos limites.
Paciência, tolerância e aceitação são as chaves de uma convivência de paz consigo mesmo e com o mundo. Lembre-se: culpar os outros não traz a tão sonhada felicidade. E, como diria o cantor: "mesmo quanto tudo pede um pouco mais de calma, até mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não pára (...) A vida é tão rara".
Vamos aproveitar essa raridade de estarmos juntos aqui e agora para construir algo melhor. Porque justa ou não, a vida é bela e cheia de oportunidades!

Tuesday, March 24, 2009

Chocolate Quente
Um grupo de jovens licenciados, todos bem sucedidos nas carreiras, decidiu fazer uma visita a um velho professor, agora reformado. Durante a visita, a conversa dos jovens alongou-se em lamentos sobre o imenso stress que tinha tomado conta das suas vidas e do seu trabalho. O professor não fez qualquer comentário sobre isso e perguntou se gostariam de tomar uma chávena de chocolate quente. Todos se mostraram interessados e o professor dirigiu-se à cozinha, de onde regressou vários minutos depois com uma grande chaleira e uma grande quantidade de chávenas, todas diferentes - de fina porcelana e de rústico barro, de simples vidro e de cristal, umas com aspecto vulgar e outras caríssimas. Apenas disse aos jovens para se servirem à vontade. Quando já todos tinham uma chávena de chocolate quente na mão, disse-lhes: - Reparem como todos procuraram escolher as chávenas mais bonitas e dispendiosas, deixando ficar as mais vulgares e baratas... Embora seja normal que cada um pretenda para si o melhor, é isso a origem dos vossos problemas e stress. A chávena por onde estais a beber não acrescenta nada à qualidade do chocolate quente. Na maioria dos casos é apenas uma chávena mais requintada e algumas nem deixam ver o que estais a beber. O que vós realmente queríeis era o chocolate quente, não a chávena; mas fostes conscientemente para as chávenas melhores... Enquanto todos confirmavam, mais ou menos embaraçados, a observação do professor, este continuou: - Considerai agora o seguinte: a vida é o chocolate quente; o dinheiro e a posição social são as chávenas. Estas são apenas meios de conter e servir a vida. A chávena que cada um possui não define nem altera a qualidade da vossa vida. Por vezes, ao concentrarmo-nos apenas na chávena acabamos por nem apreciar o chocolate quente que Deus nos ofereceu. As pessoas mais felizes nem sempre têm o melhor de tudo, apenas sabem aproveitar ao máximo tudo o que têm. Vivei com simplicidade. Amai generosamente. Ajudai-vos uns aos outros com empenho. Falai com gentileza... ... e apreciai o vosso chocolate quente.